Numa pesquisa divulgada pela Colliers em parceria com a GlobaData, a consultoria levantou mitos, equívocos e oportunidades na relação do varejo físico com o varejo online no mercado americano.
Acredita-se que a expansão do varejo se dará através do e-commerce, será uma das poucas alternativas para que as empresas possam ganhar mercado. É preciso se posicionar na internet para acompanhar as mudanças inerentes ao esforço das empresas em concentrar as vendas nas lojas físicas.
Participação do e-commerce no varejo global
No anos de 2011, 94,2% dos consumidores preferiram as lojas físicas e somente 5,8% optaram por comprar online. Já no ano passado, 90,8% preferiram lojas físicas e 9,2% optaram pelo e-commerce. A estimativa é que em 2021, essa relação seja de 86,7% para lojas físicas contra 13,3% para as online.
Com 10% do varejo global (faturando US$ 360 bilhões) o e-commerce está longe de alcançar as lojas físicas com faturamento anual de US$ 3,2 trilhões. Em um terço das vendas no e-commerce, o consumidor esteve em uma loja física para pesquisar o produto antes de comprar online, mostrando a importância da gestão dos pontos de contato, da integração dos canais de venda e o poder da loja física no processo de decisão de compra.
Alguns ganham outros perdem
Mas não vá pensando que basta “entrar no online” para ter sucesso. É preciso inovar, oferecer mais serviços e integrar o e-commerce com a estratégia global de marketing, preço e distribuição. Um dos casos levantados pela pesquisa é a gigante Macy’s que perdeu 3,4 milhões de clientes para seus concorrentes por conta de uma experiência ruim em sua loja virtual e física. O estudo perguntou para ex-clientes da Macy’s qual o motivo de terem abandonado a marca. 18,7% deles migraram para Amazon (em 5º lugar na lista) e o restante optaram por marcas tradicionais do varejo norte-americano. Na lista dos 5 principais lojistas que receberam clientes da Macy’s, a todos eles possuem lojas físicas.
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Redução nas visitas à lojas físicas
A pesquisa apresentou um dado desconcertante. Na maior economia do mundo houve redução de 50% no tráfego das lojas físicas nos últimos seis anos. Em 2010, as lojas físicas americanas recebiam 34,3 bilhões de visitantes por ano, em 2016, o fluxo caiu para 14,2 bilhões. Neste mesmo período, os consumidores compraram 33% a mais por semana no e-commerce. Veja o gráfico comparativo:
A pesquisa revela claramente os motivos pelos quais as lojas online estão ganhando corpo. Se as lojas online forem capazes de entregar uma experiência de compra interessante e positiva, certamente terão mais espaço na mente do consumidor, porém as experiências online tem superado em qualidade e escalabilidade.
Porquê o e-commerce não vai acabar com a loja física?
Presentes de última hora, vegetais, carnes, cigarro, energético, bebidas alcoólicas, ternos, produtos técnicos, etc. Muitas categorias de produtos vão ser difíceis de serem compradas online. Outras serão difíceis de serem compradas em lojas físicas. Sempre haverá espaço para ambos canais de venda.
É tempo dos varejistas repensarem o futuro e desenvolverem uma experiência de compra que entregue aos consumidores uma razão para investirem mais tempo e dinheiro em experiências em lojas físicas. Trata-se de um pensamento constante para as lojas virtuais